domingo, 18 de outubro de 2009

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Não-desejos

Amar pra quê?

Cada vez que sinto o amor, sinto que me desmereço.

Amar não é fogo que arde sem se ver

É sentimento de tormenta, de injúria, de humilhação

Os desejos que perpassam meu pensar

Só me direcionam para o não mais amar

Pois nada mais parece ser do que o subjugar-me

Aos não-desejos de outrém.

Desespero meu pensar

Por tanto imaginar um caminho para trilhar

Já pensei em segui-lo acompanhado

Mas na prática sigo solitário na andança

(thas.sc)

Fechado e endurecido

21:44 0 Comments

Eu me fecho aos sentimentos. Retraio o coração, engulo a seco cada emoção. Nem importa mais o teor das palavras para quem não tem esperança. Endureço o coração. Já não quero mais me machucar. Minha armadura mais uma vez vou vestir, tuas mãos não mais sentirão o calor de minha pele nem o pulsar do meu coração.

Endureço meu corpo, já nem quero mais sentir as tuas lâminas atravessando o meu peito. Esforço-me para não mais sentir essa dor tão aguda do lado esquerdo.

Endureço meu pensar. Preencho-o com teorias concretas e conceitos fundados, fadados ao não-acerto! Completo meu corpo com tudo de mais sólido que há, já não posso mais deixar espaço pra ser ocupado por lembranças que podem germinar.

Endureço meu por vir, traçado já está! Nada mais pode mudar. Quem devia mudar, mais do que endurecer, olhou nos olhos da Medusa.

(thas.cs)

perfect